segunda-feira, 25 de abril de 2011

Lembranças de uma Páscoa perfeita!

Segunda-feira pós feriadão de Páscoa. Dia de muito papo sobre tudo o que se fez nesses 3, 4 dias de folga. Uns viajaram, outros apenas dormiram bastante! Uns namoraram, outros aproveitaram para curtir a família.
Bem, eu dividi com mais algumas dezenas de pessoas uma oportunidade maravilhosa...a de passar o feriadão de Páscoa redescobrindo o amor por um cara muito importante em minha vida...Jesus Cristo!
Passei o Feriadão vivenciando o Acamps, que na definição de seu site diz que "O Acampamento é uma Obra da Igreja Católica que, através de uma experiência de vida em meio à natureza, proporciona um encontro profundo consigo mesmo, com o outro e com Deus!São quatro dias muito bem vividos por quem tem coração aberto!"
Bem, pra mim foi muito mais do que isso! Foi a chance de reviver o verdadeiro sentimento da Páscoa! Vivenciar o verdadeiro peso que o "barbudo" carregou nas costas no dia que em foi crucificado. E fez isso por uma Humanidade inteira, defendendo-a, tentando salvá-la de seus pecados. E logo após ressuscitou, mostrando que Ele jamais morreria, pelo menos não no coração e no pensamento daqueles que acreditam em um mundo onde o Amor é o sentimento mais forte e vencedor que existe.
Poder passar vários dias ao lado de pessoas que dividem essa crença é uma oportunidade incrível. Impossível descrever o quanto é bom receber um abraço, uma palavra de conforto, um gesto carinhoso da Lore, do Rosinha, da Marcela, do Carlos, do César, da Nira, enfim, de todos que dividiram aqueles momentos. Melhor ainda passar esses dias tendo a oportunidade de servir novas amizades, pessoas que toparam a oportunidade de conhecerem-se melhor e também de darem-se a chance de viver uma Páscoa de verdade, com muita alegria, muita animação, mas também com a certeza de que existe sim um caminho direto para a Felicidade! Trilhá-lo ou não é opção nossa!
Falamos diariamente sobre futebol, sobre novelas, sobre filmes, sobre sexo, sobre as coisas que estão no nosso dia-a-dia. E por que temos vergonha de falar de Deus? Por que temos vergonha de dizer que o amamos e que na hora que nos sentimos mais sozinhos é a Ele que recorremos em nossas íntimas orações? Por que temos vergonha de deixar de lado nossos afazeres e sermos um pouquinho mais conscientes de nossas responsabilidades com aquilo que realmente nos faz feliz? Adoramos postar no Twitter novidades sobre aquele show que vai ter na cidade, sobre a nova bolsa que compramos, sobre a viagem que acabamos de fazer! E dizer ao mundo inteiro que queremos sim adorar a Deus e suas maravilhas...por que é tão difícil? Por que não o fazemos?
Sim, eu amo Deus. Sim, eu amo muito Jesus Cristo. Sim, minha vida só é minha vida porque eles fazem parte dela. E como é bom encontrar pessoas que vivem da mesma maneira. Pessoas perfeitas? Muito, mas muito longe disso. Mas pessoas que vivem sabendo que existe um caminho muito alegre e feliz e que têm muito orgulho e prazer em poder mostrar isso a quem estiver com o coração aberto a um mundo diferente do que observamos em nosso dia-a-dia!
Para quem acha que a Páscoa é só ovos, chocolate, guloseimas, está muito enganado! Esses são apenas detalhes que nos trazem uma momentânea sensação de prazer, mas que nem se comparam com a intensa e eterna alegria de ter um Cristo bem vivo dentro do peito!
Valew Acamps, valew Lore e Luiza por terem me dado a oportunidade de viver isso uma vez e poder ajudar outras pessoas a viverem essas e outras emoções!
Até!



Para terminar...uma música muito linda e que retrata um pouquinho desse sentimento!



terça-feira, 12 de abril de 2011

Mudanças

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro
(Até quando?  Gabriel, o Pensador)
Bah, não tinha como o assunto do blog ser outro hoje! Passei o fim de semana em uma função enorme de mudança! Depois de mais de um ano morando junto com a Lu, por alguns motivos que não cabem aqui nesse momento, tomamos a decisão de voltarmos aos velhos tempos. Ambos vamos voltar pra casinha de mamãe. Eu aqui em Pelotas, ela em Santa Vitória. Isso não quer dizer que nosso relacionamento está em queda, muito pelo contrário. Isso significa que nossa relação atingiu um grau de maturidade que nos faz não ter medo de mais nada, pois sabemos que, independente da distância que nos separe, nosso amor não para de crescer e de se solidificar. Mas foi um belo tempo morando juntos. Foi mais ou menos um test-drive pro nosso casamento que só deve ocorrer dentro de alguns anos. E com certeza passamos no teste.
Bem, mudanças são fisicamente desgastantes, ainda mais quando moramos no 3º andar de um prédio sem elevador. Mas psicologicamente elas também nos atingem de alguma maneira. Cada peça, cada canto de uma casa guarda uma história, um momento que não conseguimos esquecer. Seja porque ali fomos muito felizes. Ou porque ali choramos alguma tristeza.
Em cada caixa guardamos muito mais coisas do que roupas, livros, porta-retratos, enfim, guardamos junto nossas lembranças. Mas diferente das caixas que muitas vezes ficam estagnadas em um canto, sem serem abertas por muito tempo, as vezes anos, nós saímos de uma situação para encararmos, sem chance de fuga, outra bem diferente.
Depois de alguns meses morando apenas com a namorada, voltar pra a casa dos pais é, com certeza, uma mudança bem significativa. Finda-se um pouco da liberdade. Sair de casa sem ao menos um tchau, um até logo, fica quase impossível. Sem contar a maravilhosa possibilidade de sair do banho e ficar pelado pela casa até escolher a roupa que vai ser utilizada. Adeus para essa maravilha. Aliás, quem nunca teve essa oportunidade não sabe o que está perdendo! Poucos prazeres na vida são tão grandes como ter a liberdade de andar totalmente nu pela casa sem se preocupar se vai dar de cara com  a irmã, a vó, o cunhado, o papagaio, enfim!
Mas ao mesmo tempo também temos facilidades. Comida pronta quando se chega da Faculdade, roupa lavada e dobrada, impertinência da irmã. Sim, isso é bom, eu até sentia falta disso quando morava sozinho, embora ele sempre desse um jeito de me atazanar a paciência, nem que fosse pelo MSN!
Mudanças são complicadas, mas são imprescindíveis na vida de um indivíduo. Desde que nascemos nós mudamos. Aliás, antes mesmo de nascermos. Quer mudança mais intrigante do que deixar de ser 2 coisas, um espermatozóide e um óvulo, e virar uma só,uma linda pessoa? E daí pra frente as mudanças são frequentes. Desde o nascimento, primeiros passos, primeiras palavras, primeira escolinha, primeira leitura, enfim, várias mudanças na nossa forma de encarar o mundo e todas sendo feitas buscando-se uma evolução. Mas conforme a vida vai passando as grandes mudanças vão diminuindo. Vamos sendo um pouco mais robóticos, agindo sem pensar nas diferentes formas de agir. Agindo da forma que sempre agimos. E aí está um grande perigo, a previsibilidade. Tudo em nossa vida fica previsível. A forma como nos vestimos, a forma como reagimos às mais diversas situações, tudo isso fica previsível! E aí a vida perde um pouquinho da graça, pois como é bom deparar-se com uma surpresa, com uma nova cara olhando pra nossa velha cara no espelho.
Disso tudo fica a certeza que mudar é sempre necessário. Não digo fisicamente. Nada impede que uma pessoa more a vida inteira na mesma casa mas esteja em constante renovação. Esse é o ponto. Renovação. Sair daquela zona de conforto que é tão boa, mas que não nos acrescenta nada.
Durante os últimos dias, quando eu falava com as pessoas sobre a minha situação, sobre minha mudança, de deixar de morar sozinho para voltar a morar com os pais, a reação era sempre a mesma. Parecia que diante delas estava alguém que depois de entrar pra Faculdade voltaria a frequentar a 7ª série. E logo eu fazia questão de desmanchar essa impressão. Realmente estamos dando um passo atrás, mas é para que num futuro nem tão distante possamos dar 4, 5,6 passos a frente. Nem sempre é fácil pensar em situações a médio-longo prazo, mas é necessário. Embora a vida seja vivida no presente, o futuro jamais pode ser esquecido.
Até!

terça-feira, 5 de abril de 2011

A poltrona

Um belo dia ele saiu de casa. Decidido. Batendo a porta com toda sua força. Esperando que o barulho dessa pancada ecoasse eternamente na mente dela. E ela ouviria para sempre em sua memória o som da porta batendo, mas sabia que no fundo isso era apenas sua vida voltando ao normal.

Débora e Ricardo sempre foram pessoas muito diferentes. Diferentes em tudo.
Ele era um sujeito daqueles que parecem que nasceram ao som de uma Escola de Samba na Sapucaí. Sempre sorridente. Trazia pra si a atenção de todos. E não precisava de esforço algum pra fazer isso. Era natural. Era naturalmente feliz. Dançava como poucos. Não se afrouxava pra nenhum ritmo. No Forró era Rei; no Samba parecia dançarino profissional; até mesmo Tango ele conseguia bailar como se tivesse tido aulas com os dançarinos de Gardel. E vivia assim ,levando a vida como se fosse uma eterna dança.
Débora era seca, fria. Sempre educada, cordial, porém não falava nada mais que o necessário. Nunca foi vista dando discursos ou aumentando o tom de sua voz. Adorava ler. Sentada em sua poltrona, ora admirava seus quadros, ora lia algum livro, de preferência algo clássico. A música era companheira nessas horas, alternava entre Bach, Beethoven e Mozart. Adorava passar as tardes no fim de semana tocando seu piano. Desde os 4 anos de idade era fluente nessa arte, mas nunca quis exibir-se para ninguém, pois tinha medo que a vergonha do público lhe fizesse desmoronar em poucos segundos. Assim era sua vida e ela a adorava-a.
Mas um dia seus caminhos teimaram em cruzar. Ricardo fazia sua corrida matinal antes de encaminhar-se ao Escritório da Empresa que dirigia e, num momento de desatenção, acabou esbarrando em Débora, que voltava de uma gráfica onde havia mandado fazer seus cartões profissionais. Neles constava a seguinte informação: Dra. Débora Rezende, Cirurgiã Dentista, entre outras informações. Após o choque entre eles seus cartões voaram. Rapidamente, com o auxílio de Ricardo, ela os juntou. Trocaram olhares. Nada mais que isso. O máximo que ela fez foi timidamente agaradecê-lo. Ele tentou começar um diálogo, mas ela já havia virado as costas e seguido seu caminho. Porém com uma dúvida que inquietava seu pensamento. Por que seu coração acelerou tanto no momento que colocou os olhos naquele rapaz tão belo? E por que ele não desacelerava logo? E por que ela não parava de pensar nele? Chegou em casa e logo já saiu novamente em direção ao Consultório. Era um dia cheio, inúmeras consultas marcadas. Atendeu novamente a manhã inteira. Chamou o seu último paciente já pensando onde iria almoçar. Após um breve atendimento liberou-o e preparou-se para sair quando sua secretária a chamou dizendo que um paciente havia chegado aos berros, dizendo que necessitava urgentemente de uma consulta, pois estava com imensa dor. Dra Débora pediu a secretária que o fizesse entrar em seu Consultório então. E nessa hora seu coração voltou a acelerar. Diante de seus olhos novamente estava postado ele, o belo rapaz com quem havia esbarrado mais cedo. Pensou ser apenas uma coincidência. Mas descobriu que não era. Antes que ela começasse seu atendimento ele já a interrompeu e lhe ordenou: tire o jaleco, não estou aqui como paciente e sim como um homem que passou a manhã inteira sem saber como lhe tirar dos meus pensamentos. E como não consegui vim lhe convidar pra almoçarmos juntos.
Ela não sabia o que fazer. Ele era um estranho completo. Um belo estranho. Mas ainda assim um estranho. Porém, sem saber porque, simplesmente respondeu-lhe que sim, que apenas ia pegar sua bolsa e iriam. Mas deixou claro que iam almoçar onde ela escolhesse e iriam a pé. Já achava muito estranho ter aceitado sem nem pensar. Mas expôr-se ao risco de um sequestro ou algo parecido não era algo que Débora faria.
Almoçaram juntos, conversaram muito, apresentaram-se. O tempo voou e logo ambos precisavam voltar, já atrasados, aos seus afazeres profissionais. Mas não sem antes marcar um próximo encontro.
O segundo foi ainda melhor. Às 8 e meia, como combinado, encontraram-se novamente para um encontro que não tinha hora pra acabar. Aliás, só acabou no outro dia. Com Roberto servindo um caprichado e gostoso café da manhã para Débora, ainda na cama, ainda em êxtase pela maravilhosa noite de amor que tiveram. Ela não acreditava que tudo aquilo estava acontecendo. Acreditava estar enlouquecendo. Ela em sã consciência jamais faria isso tudo. Mas fez. E foi feliz. E assim eles iniciaram um relacionamento duradouro, que fez com que um fosse adquirindo um pouco mais da personalidade do outro.Com o tempo ela continuou a adicionar um pouco de maluquice em sua vida e Roberto passou a ser um pouco mais centrado, mais concentrado, o que foi ótimo para seus negócios. Eles passaram a se completar.
Casaram, foram morar juntos, passaram até a urinar de porta aberta sem problema, a intimidade estava completamente estabelecida. Mas um dia, tudo mudou. Um dia a porta ia ser batida com tanta raiva que o prédio inteiro assustar-se-ia. Um dia tudo acabaria!
Era domingo, estavam ambos em casa sozinhos. Almoçaram e deitaram-se na rede para descansar. E entre os assuntos que deram as caras um não era pra ter aparecido, pois foi o que gerou a revolução: filhos. Ela disse a ele que já estava na hora de terem o primeiro. Ele concordou, após uma pausa reflexiva, é lógico. E começaram a liberar suas imaginações em função desse baby. Pensaram nomes, pensaram quem seriam os padrinhos, pensaram como ia ser a festa de  1 aninho, pensaram como ia ser a casa depois do nascimento do filho. E aí a confusão foi formada. Chegaram a conclusão que a casa teria de ser mudada para receber a criança, precisariam de mais espaço, precisariam livrar-se de coisas que não usavam mais. E foi aí que ele sugeriu que eles livrassem-se daquela velha poltrona dela que ela nunca mais utilizou desde que ele e Débora começaram a namorar. Ela disse que não. Que aquela poltrona fazia parte dela. E como a teimosia também fazia parte de Roberto ele bateu o pé dizendo que a poltrona saía, e num acesso de fúria ele lhe perguntou: se é assim, você decide, ou fico eu ou fica a poltrona nessa casa. Ela parou, mirou por alguns instantes suas duas opções, pensando friamente em cada uma delas. Débora amava muito Roberto e mudou muito seu jeito de ser, sua forma de agir, não só pra agradá-lo, mas também por achar que isso podia ajudá-la em sua vida.. Mas deixar ele jogar fora sua poltrona era deixar ele jogar fora o que sobrou da verdadeira Débora. Virou-se firmemente e disse a Roberto: a Poltrona fica.
Nessa hora ele virou as costas e saiu pra nunca mais voltar.


O que faz um relacionamento nascer e amadurecer é o fato de ambos se amarem e irem se moldando um ao outro. Mas o que faz um relacionamento não acabar é o fato de sempre um respeitar o que realmente importa e sempre importou ao outro.
Até!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sobre o Tempo e o Amor

Sabes quanto tempo dura o Serviço Militar Obrigatório no Chipre? 26 meses, exatos 26 meses.

 Mas o que eu ou tu temos a ver com o Chipre? Acho que nada, pelo menos não imagino nenhum chipriano(?) lendo meu blog. O que me chama a atenção na frase acima é o tempo, são os 26 meses. Esse é exatamente o tempo que eu e a Luiza estamos namorando. Quer dizer, exatamente, exatamente, não! Explico! Eu sou um bom moço, até tento ser romântico algumas vezes, mas cometi uma falha grande,muito grande no início de nossa relação: eu não a pedi em namoro. Nossa história foi sendo escrita com tanta leveza e carinho que fomos deixando tudo acontecer naturalmente, sem nenhum tipo de pressão. Os dias foram passando, fomos nos apaixonando e quando vimos já estávamos namorando. Eu já frequentava a casa da vó dela, ela já ia almoçar lá em casa, enfim, já éramos namorados, mesmo sem eu tê-la pedido em namoro. E um belo dia, sentados no sofá lá de casa, chegamos a conclusão de que precisávamos de uma data para celebrar nossa relação. E aí fomos olhar pra trás e ver um dia em que pudéssemos declará-lo como marco do início de nossa relação. Chegamos a duas opções. O dia em que por sms eu chamei-a de minha namorada, ou então um dia em que, quando questionado por um professor meu se aquela linda menina que estava comigo era minha namorada eu respondi, meio nervoso, que sim. Pois bem, após escolhida a segunda opção, fomos tentar lembrar exatamente que dia tinha sido isso e chegamos a conclusão que era em 4 de fevereiro de 2009. E essa é a nossa data oficial. Porém depois percebemos que o dia correto era 3 de fevereiro, mas aí já tínhamos celebrado o 1º mês e não valia mais a pena trocar!
Até hoje sou cobrado por não tê-la pedido em namoro. Ela brinca com a situação, mas sei que no fundo ela nutre até um medinho que eu acabe não a pedindo em casamento também! Mas esse pedido com certeza eu farei! Se pudesse já o faria hoje, mas nem sempre as coisas andam na velocidade que desejamos. Até casarmos ainda irão passar mais um bom número de meses, pois pelo menos a minha Faculdade tem que ser concluída antes disso, né! 
Mas o tempo é um detalhe quando falamos de amor. Ele passa e não o percebemos. Se passaram 26 meses de namoro, mas mesmo assim a cada vez que a encontro ainda sinto o coração bater mais forte! Agora então que moramos a vááááááááários quilômetros de distância cada reencontro é como se fosse o nosso primeiro encontro. A emoção é muito semelhante. Mas mesmo no ano passado, quando morávamos juntos, não existia melhor lugar para se estar do que deitado em seu colo recebendo um cafuné bem gostoso após uma maratona de aulas e plantões. E é assim quando amamos. Não vemos o tempo passar. Desde que conheci a Lu a minha vida mudou bastante. Fui apresentado a novas situações e experiências. E ela fez parte de tudo isso. Ela foi parte de tudo isso!
Amar é isso. Não é igualar sua vida com a da outra pessoa. Ela não tem que fazer tudo que tu fazes, pensar tudo que pensas, acreditar em tudo que acreditas. Aliás, ela não deve fazer isso. Mas ela tem que ser parte do teu mundo. Lembras das aulas de Matemática sobre União e Intersecção? Pois é. Quando duas pessoas se relacionam é um pouco parecido. No começo são apenas a união de duas pessoas, carregadas de suas individualidades. Mas, lentamente, os círculos pessoais de caráter e personalidade começam a se entrelaçar, se interseccionando. E conforme o amor vai crescendo esses círculos vão ficando cada vez mais interseccionados, com um fazendo parte do mundo do outro. O amor é assim, uma grade intersecção entre as pessoas, porém com cada uma mantendo uma parte individual de seu círculo. E o amor respeita isso. Respeita o seu namorado passar uma noite jogando bola com os amigos. Respeita sua namorada fazer uma janta com o clube da Luluzinha e falar mal de todos os homens do Universo. Quer dizer, quase todos. Nunca elas falam mal do Brad Pitt, apenas se perguntam: o que a Angelina Jolie tem que eu não tenho? 
Foram-se 26 meses. Logo comemoraremos os 26 anos de casados e nem teremos visto o tempo passar, nem teremos notado nossa vida mudar, porque o que importa, o que realmente importa é que o amor ainda será a intersecção de nossos mundos!
Te amo muito, Luiza! Brigado por me fazer tão feliz!
Um abraço a todos!
Até!

domingo, 3 de abril de 2011

Amor Infantil, Porém Eterno

Comecei a escrever esse texto ontem, no meio da madrugada, quando o sono que tinha ameaçado aparecer resolveu me abandonar, deixando-me acordado, deitado na cama, sem conseguir dormir, mas também sem muito ânimo para fazer algo que envolva qualquer tipo de esforço físico. O cansaço da semana aparece no sábado, é sempre assim! Bons tempos aqueles de quando jovem, nos meus 16,17 anos onde podia ir a aula, jogar várias partidas de futebol, sair à noite e no outro dia ainda estar com um pique de quem bebeu um fardo de energético, 4 térmicas de mate e mais 27 taças de café.
E como andava sendo criticado porque não escrevia mais no blog resolvi ocupar esse tempo vago escrevendo um pouco. Algumas vezes eu escrevo aqui sobre situações isoladas, que acontecem em determinado dia, determinado momento. Mas hoje vou escrever sobre algo que faz parte da minha rotina diária, algo pelo que sou totalmente apaixonado, algo que me faz muito feliz. Perdoa-me amor, mas dessa vez não estou falando sobre ti, embora tu te encaixes perfeitamente nessa descrição. Dessa vez estou falando da Medicina.
No cursinho eu tinha vários colegas e amigos que desejavam cursar Medicina. Cada um tinha seus motivos, seus sonhos, suas angústias, Uns eram filhos de médicos e que, por um pouco de pressão dos pais ou pelo ambiente em que viviam, decidiram por seguir essa carreira. Outros olhavam com olhos ambiciosos para um possível futuro financeiramente vantajoso. Ainda haviam os românticos que apenas queriam tornar-se médicos para salvar vidas e ajudar pessoas.
Bem, eu era um indeciso entre eles. Nunca soube exatamente porque quis fazer Medicina. Mas sempre soube que meu único caminho profissional na vida era ser médico. Não me recordo exatamente qual foi o primeiro dia em que me imaginei com o jaleco branco e o estetoscópio pendurado no pescoço, mas com certeza foi muito cedo, pois desde que a memória me permite lembrar eu me vi como médico.
Uma peculiaridade nessa história toda ocorreu quando eu tinha 12 anos. Em um momento de lazer andando a cavalo acabei sofrendo uma queda e fraturando o ombro. Foram 7 dias internados entre o pré, o trans e o  pós-cirúrgico. E nesse dia vi médicos passando pra lá e pra cá nos corredores. Vi homens mascarados, vestindo roupas verdes em amplas salas bem iluminadas...sim eu estava no Bloco Cirúrgico para a realização da minha cirurgia. E que lugar legal aquele. Gostei tanto que hoje adoro frequentá-lo! Uma tarde inteira lá dentro, auxiliando em cirurgias, com certeza é algo muito divertido dentro das minhas concepções de divertimento. Parando para pensar agora...talvez essa fratura tenha algo a ver com minha inclinação para o lado da Traumatologia e Ortopedia.
Depois dessa fase, passei a me interessar ainda mais pelos assuntos médicos. A minha mãe fazia uma coleção, dessas que vem encartadas em jornais, sobre Medicina. Tenho até hoje ela guardada em meu quarto.Lá estavam reunidas informações bem legais sobre as principais doenças, sobre anatomia, sobre história da Medicina. Lembro de passar horas lendo rapidamente várias páginas querendo saber cada vez mais. Não entendia mais da metade do que lia, mas saber que estava lendo sobre Medicina já me animava. Ano passado fui dar uma olhada naquela coleção. Até que tem algumas coisas interessantes, mas boa parte refere-se a um conhecimento que ficou no passado, pois não é mais válido! E isso é bem comum nessa área. Afirmações que antes eram dadas como certezas absolutas hoje podem configurar grave erro médico. A evolução e a descoberta de novos conhecimentos é rápida e constante. E precisamos estar atentos a isso.
A Medicina, depois de entrarmos na Faculdade, ganha outros olhos. Muito observadores, muito críticos, muito curiosos. As aulas de Anatomia são instigantes. Tudo aquilo faz parte do Corpo Humano? E isso funciona direitinho mesmo? O Armandinho diz que Deus estava namorando quando criou a sua musa. Eu só não digo que Ele estava fazendo amor quando teve a idéia de criar o ser humano porque seria um pecado muito grande. Mas deveria ser algo bem parecido, sabe!
Depois da parte chata, com apenas aulas teóricas e muito pouca prática médica, chegamos aos belos dias de contato diário com o paciente. E lá a Medicina passa a fazer muito mais sentido. Passamos a ver que os pacientes não sofrem apenas de determinada patologia, ele sofre com essa determinada patologia. E isso é muito diferente. Para cada um a doença tem um significado diferente. E entender isso é uma função primordial de quem os atende!
A rotina diária do Hospital nos faz ver que a vida realmente tem fim para todos. E embora entremos na Faculdade pensando em salvar vidas nos deparamos com nossa impotência perante a ela. podemos tentar todas as terapias já criadas, podemos usar todos os medicamentos disponíveis, podemos rezar pra todos os santos e santas, mesmo assim um dia nossos pacientes irão morrer.
E por falar em santos aproveito para abordar um outro aspecto dessa trabalhosa, porém linda oportunidade de ser útil à várias pessoas que é escolher Medicina como estilo de vida. Os primeiros tratamentos com certeza utilizaram a religião, ou pelo menos a crença em Deuses, Mitos e Lendas, como base. Porém, com o passar do tempo e com as descobertas científicas, a Medicina afastou-se bastante dos assuntos religiosos e espirituais, passando a ser uma ciência baseada especificamente em estudos e resultados, não tendo praticamente nenhum espaço para fé em algo que não tenha um estudo duplo cego randomizado e publicado no New England Journal of Medicine! Mas confesso que toda vez que entro no Bloco Cirúrgico rezo um Pai-Nosso pedindo que Jesus guie minhas mãos e minhas atitudes para que o melhor seja feito pelo paciente!
Bem, passado o momento "sim, eu assumo que peço ajuda a Deus pois tenho certeza que não sou capaz de fazer nada nessa vida sem ajuda Dele", volto a falar sobre a Faculdade de Medicina. Nela encontramos todos os tipos de professores. Os ótimos, os bons, os regulares, os ruins e aqueles que estão lá por algum motivo que eu ainda não consegui descobrir. Com eles aprendemos várias coisas. E uma das principais é que existe a famosa relação médico-paciente. Sim, aprendemos que ela existe, mas não aprendemos como fazê-la, pois isso vai depender da personalidade de cada um. Lógico que existe uma base técnica que devemos respeitar, mas o diferencial mesmo depende de cada um. A relação médico-paciente nada mais é do que aquele estalo que te dá quando consultas um médico e pensas: "tá aí, gostei desse cara, gostei do jeito que ele me atendeu". Esse é o sinal de que ela foi firmada. Isso pode acontecer nos primeiros minutos de consulta, assim como pode levar vários retornos até que ela seja realmente firmada. E essa é uma parte fundamental da Medicina.
Conforme o tempo for passando, e a Faculdade seguir seu curso final(faltam menos de 2 anos para acabar) vou redescobrindo novas coisas e postando aqui! Posso dizer que depois desses pouco mais de 4 anos de Medicina sou um cara muito mais feliz e realizado por um sonho de criança ter virado uma realidade tão encantadora, embora esta me faça tomar bem mais que 27 taças de café em época de prova!
Até!!!