terça-feira, 17 de maio de 2011

DÉCIMO SEM LIMITES



Durante as divulgações da Festa do Décimo, dos Pré-Décimos, sempre havia alguém a comentar que "o povo" da Medicina era muito festeiro, muito baladeiro, tava sempre na rua fazendo algum agito, principalmente na época do Décimo. Mas será que todo mundo sabe o que representa o Décimo? Se tu achas que é apenas uma festa grande e com bebida liberada estás muito enganado. E é para esclarecer algumas situações que esse texto se apresenta!
A Faculdade de Medicina é dividida em 2 períodos bem distintos: no primeiro, todos os alunos assistem as mesmas aulas, com os mesmos professores, fazem as mesmas provas, enfim, diariamente todos convivem e relacionam-se entre si, dentro de um programa de muitas aulas teóricas e também um pouco de prática em Hospitais e Ambulatórios; em um segundo momento, os alunos são divididos em pequenos grupos e passam a fazer determinados estágios, passando a aproximar-se muito mais da Prática Médica. Todos fazem os mesmos estágios, porém em épocas diferentes. Ou seja, passamos a conviver com as pessoas de nosso grupo diariamente, mas não mais com os outros colegas, sendo que alguns deles fazem estágios em outras cidades e só vamos revê-los poucos dias antes da Formatura.
E o que o Décimo tem a ver com isso? Ele é a ponte entre esses dois períodos. Por isso ele é tão importante pra nós. Por isso desde o dia que nos tornamos alunos da Medicina da UFPel passamos a ouvir histórias, algumas impublicáveis, sobre o Semestre do Décimo. Antigamente, os estágios duravam apenas um ano, e como a Faculdade tinha 12 semestres, o 10º semestre era o último de convivência entre todos os colegas. Para nós, hoje, são 9 semestres de convivência, ou seja, no 9º semestre é que cruzamos essa ponte. Mas como o nome da festa e do semestre já estava consolidado o nome foi mantido.
Nos seus primórdios, quando foi "inventado" o Décimo era uma festa particular, apenas para os alunos e alguns pouquíssimos convidados. Mas sempre foi uma festa que visava a celebração, a alegria, a euforia. Bebida liberada, gente bonita, boa música, tudo isso é garantido no Décimo! Mas o que mais chama a atenção mesmo é a alegria daqueles que fizeram essa festa acontecer. Quem olha de fora não consegue entender muitas vezes como aqueles "loucos" podem gostar tanto de vestir camisetas multicoloridas, gritar em megafones, vender ingressos alucinadamente, fazer churrascos em plena Dom Joaquim. Mas quem olha de fora jamais entenderá a alegria de saber que dentro de um ano e meio seremos Médicos, o que para grande maioria de nós sempre foi um sonho e um motivo de grande batalha.
Mas essa alegria toda também é uma forma de mascararmos uma saudade que já sentimos. Saudade daqueles colegas que não veremos mais todo dia, saudade das intermináveis discussões antes, durante e depois de cada festa, saudade das noites de estudo em grupo regadas a café, mate, energético...Saudade das tardes gritando Truco e Retrucando em cima na mesa do bar, enfim, saudade daquilo que podemos chamar de nossa segunda casa, saudade da velha e querida Leiga, nome original da nossa Faculdade de Medicina que surgiu em "oposição" à Universidade Católica, saudade de tudo que passamos e sentimos ali.
Ainda vamos atender muitos pacientes lá, assistir algumas aulas, mas nada será como antes, não haverá lá a cia de todos, não haverá lá a roda de mate com 30 pessoas, não haverá lá as características que são únicas de cada turma. E não podia ser diferente com a nossa!
MED 100 LIMITES...nome sugestivo e que surgiu por conta de um trote...nos deram a informação que nós seríamos a 100º turma de Medicina da UFPel. Nós, como todos bixos, fomos inocentes e acreditamos. Daí em diante vários nomes pra turma foram surgindo usando o 100 como parte fundamental. Apareceu Med 100 Juízo, Med 100 Vergonha...enfim, vários nomes, mas o que mais agradou foi o MED 100 LIMITES. Poucos dias depois descobrimos que não éramos a 100ª turma, mas aí o nome já estava estabelecido e também não seria mudado. Nossas festas fizeram sucesso na Boate da Leiga. Pela primeira vez a casa recebeu uma lotação máxima, tivemos que barrar gente na porta, pois já não cabia um pequeno alfinete na nossa primeira festa. Um claro sinal do sucesso que nossas festas fariam dali pra frente. Quando lançamos o absinto como ingrediente principal delas foi um sucesso. Pela primeira vez vi pessoas aglomerarem-se na tentativa de ganharem uma seringa. Uma loucura só...seringas de absinto distribuídas gratuitamente. Com certeza quem foi jamais esquecerá! Nossas outras festas todas foram sucesso de público e satisfação.
Somos uma turma bem conhecida dentro da Faculdade. Alguns professores nos amam, outros nos odeiam, mas todos sabem quem somos. E a maioria deles criam uma afeição pela gente muito legal. Somos como aquele filho que até dá incomodação, mas é um filho muito amado e que a mãe sabe que tem um potencial enorme.
O Décimo nos traz todas essas lembranças e muitas outras!
Por isso amamos tanto ele! Por isso nos esforçamos para que tivéssemos um show de nível nacional como Claus e Vanessa, por isso que estamos tentando facilitar a venda de ingressos. Por isso que damos a certeza de Devassa bem gelada a noite inteira. É justamente porque amamos a Medicina, amamos a Leiga, amamos o Décimo. Por isso tentamos fazer dele uma festa inesquecível, uma festa onde a noite não tenha fim mesmo, onde a noite não saia da memória, nem da nossa, nem da daqueles que forem lá curtir esse festão que estamos preparando com o maior prazer pra dividir nossa alegria com todo mundo! Queremos que todos entrem no clima da MED 100 LIMITES. E que todos possam curtir e ser feliz...não só dia 21 de maio, mas também no dia 22, dia 23, dia 24, enfim, sejam felizes a vida inteira!


Bom DÉCIMO SEM LIMITES à todos!
Abraços






Marcos Monteiro!

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